Google+ Canal Brasília: agosto 2012

20 de agosto de 2012

Tiozão

Por Arisson Tavares
Foto da internet
Se for levar ao pé da letra, uma pessoa de 20 anos já é meio-quarentão. As crianças gritam “Ei, tio!” e só percebe que não é direcionado a você depois de olhar com naturalidade. Frases como “na minha época” e “bons tempos aqueles” já viraram jargões do seu vocabulário limitado. Os sintomas ficam cada vez mais nítidos e frequentes. Não existe retrocesso. É um caminho sem volta e inevitável. Um dia você também irá parar e perceber: estou ficando velho. Não tenha dúvidas.

O número de idosos precoces só aumenta. Somos cada vez mais perceptíveis e populares. Jovens consumidos pelo trabalho, pelos estudos, pela família não planejada ou até mesmo pela ausência de tudo isso. Você não corre mais aqueles cinco quilômetros básicos se não for fugindo de algo muito assustador. A falta de qualidade de vida nos faz esquecer coisas cruciais para manter a juventude. Viramos velhos. Nascem novos jovens velhos.

Lembro-me como se fosse ontem, o que certamente é uma utopia que contradiz as leis da física. Eu ouvia É o Tchan sem observar a imoralidade contida nas letras. Sonhava em ser grande, mas nem imaginava chegar a um metro e noventa. Queria um cão que falasse português estilo o Scooby Doo, mas o máximo que minha cadelinha fala é latino. Conheci a Mônica e o Cebolinha quando ainda eram moleques. O tempo voa. Agora eles são adolescentes e o Cascão até toma banho. Sou da época que fita cassete era tecnologia de ponta e responsabilidade era ter um Tamagochi. É, bons tempos aqueles.

13 de agosto de 2012

In the siso...

Por Arisson Tavares
Imagem da internet editada.
Acompanhei uma grande pequena amiga minha durante uma cirurgia. O tempo foi passando e eu comecei a ficar ansioso enquanto esperava do lado de fora. Sentei do lado de uma menina linda, mas ela nem olhar pra mim olhou. A pobre estava com o pescoço imobilizado, acho que não dava pra rolar uma paquerinha sem contato visual. Eu estava tão desatento que se um médico me dissesse “Parabéns! É menino!” eu pularia de alegria comemorando (sendo que a minha amiga só foi retirar o siso).

A senha passava rápido. Não reparei nos números, apenas nos efeitos sonoros emitidos. Conversas paralelas, ouvia sem interpretar. Nessas horas de agonia o celular vira Twitter e o SMS vira postagem.

Essa minha amiga prova que Doutor House não é ficção. O siso dela nasceu deitado e chegava até a provocar inflamação no ouvido. Na hora da cirurgia a doutora viu que o raio X não mostrava a profundidade real do “maledito dente”. Outros dentistas não quiseram encarar e depois de horas de pesquisas e várias renuncias retornamos sem sucesso para casa. Ela com a gengiva costurada e eu com a dor da derrota. No dia seguinte segundo round, o siso perdeu de lavada.

Identifico-me de certa forma com aquele siso. Nasceu diferente, isolado dos outros, buscando um espaço. A menina que estava do meu lado foi embora sem olhar pra trás (o que já era previsível). Agora eram só eu e o papel.

A natureza é tão perfeita. Como explicar esse dente renegado? Será consequência do aquecimento global? Por que ele não pode simplesmente crescer e cair sozinho? Seria bem mais prático.

Lembrei de um caso na TV de um menino que foi arrancar um dente e o médico retirou todos. E se a minha amiga chegasse banguela? Putz! Apoiei a cabeça e peguei num sono. Acordei com o médico me balançando:

-Ei, menino. Acorda! Ei, menino!

Interpretei da minha forma:

-Heim? É menino? É menino! É menino!

Saí pulando pelo hospital.

6 de agosto de 2012

O profeta das causas impossíveis

Por Arisson Tavares
Foto da internet
Deus olhou para sua obra tão detalhada. Não gostou do que viu. Pediu então ao Lula que subisse o monte sagrado para uma prosa. Iria destruir o Congresso, mas Lula intercedeu pelos que só se esbaldam: 

-E se existir um partido político honesto? Mesmo assim destruirias o Congresso? 

-Não. Se houver um partido digno livrarei o Congresso da minha fúria. 

-Obrigado, Senhor. Obrigado. 

E o Lula foi descendo o monte sagrado. No meio da jornada parou. Após um tempo de reflexão e cálculos de cabeça, Lula voltou à presença do Pai: 

-Com licença, Senhor. Bem, hãm, e se houvessem apenas três políticos honestos em cada partido? Pagariam estes pelos que se corromperam? 

-Não. Se existirem os três em cada partido não destruirei o Congresso. 

-Obrigado, Senhor. Obrigado... E se existirem apenas um de cada partido? Seria a humildade deles capaz de salvar o Congresso? 

-Sim. Terei um olhar de misericórdia se existir. 

-E, hãm, se existir apenas um. Um que nunca teve passagem pela CPI. Um que nunca tenha aparecido na TV por conta de algum escândalo político. Um com ficha limpa e histórico exemplar. Destruirias o Congresso ou teria compaixão? 

-Se existir mesmo esse "um", livrá-los-ei do mau. 

-Ok, ok... Antes de descer o morro, gostaria de fazer umas perguntinhas. 

-Pois então faça. 

-Essa destruição do Congresso vai abalar de alguma maneira as Olimpíadas de 2016 no Brasil? 

-Não. Na verdade vai servir de propaganda. 

-Ok. Então vamos começar logo com isso. 

Lula desceu o morro e tirou a Dilma do Congresso gritando: 

-Não olha para trás Dilma! Não olha para trás! Se tu virar pedra a coisa vai ficar feia!

1 de agosto de 2012

Tem colunista na disputa do Top Blog 2012

Por Leandro Lisbôa

Foto divulgação
Olá pessoal!
É com muito prazer que divulgamos outra boa notícia para vocês.
O Arisson Tavares, responsável pela editoria "Humor de Segunda", está participando da disputa do Top Blog 2012. Ele autor do livro "Evolução Decrescente", publicado em 2009 pela editora Biblioteca 24x7 e também administra o blog do livro, com o mesmo nome.

Arisson é um jovem multitarefa. Escritor, jornalista, vlogueiro, produz podcasts, dentre diversas outras coisas. Para votar no blog, basta acessar o link (http://bit.ly/OBbx1w).

Caso não conheça o trabalho desse rapaz, mas quer conhecer, acesse o site www.evolução decrescente.blogspot.com