Por Leandro Lisbôa
Com o fim do primeiro turno eleitoral, o cenário político em geral mostra que o Brasil está em perfeita desordem e precisando de governantes capazes e que dêem voz à população.
Em Brasília, com o julgamento da Lei da Ficha Limpa e a indecisão por parte do STF se a lei valeria para essas eleições ou não transformou uma situação que estava ruim em pior ainda. Um dos principais candidatos ao governo do Distrito Federal, Joaquim Roriz, foi pego pela lei e por conta das incertezas políticas, resolveu renunciar sua candidatura e colocar sua esposa, Weslian Roriz, em seu lugar.
Weslian, que nunca exerceu qualquer mandato político, assumiu a candidatura do marido às vésperas das eleições. Os candidatos adversários esbravejaram, coligações entraram com pedidos de impugnação de candidatura e nada foi aceito.
Enfim, a candidata participou de debate televisionado e mostrou que é completamente despreparada para assumir o governo da capital do país. Atrapalhou-se, apenas leu o que estava escrito em folhas etiquetadas e se expôs ao ridículo, sendo considerada uma comediante. Entretanto, durante todo o tempo de campanha, Weslian apareceu com seu marido ao lado, inclusive na propaganda obrigatória. O casal Roriz foi apelidado de “Casal 20”, em referência ao número da candidatura. Desta forma, Roriz continuou sendo o candidato, transformando sua esposa em “laranja”.
No fim das contas, no dia do pleito, a candidata conseguiu 32% dos votos válidos e a decisão para o governo de Brasília ficou para 31 de outubro. Isso mostra que Roriz é, na verdade, o grande vencedor das eleições no DF, pois, mesmo judicialmente impedido de concorrer, esteve ao lado de sua mulher e a levou ao segundo turno.