Revista Época afirma que teve acesso a depoimento em que José Roberto Arruda acusa Joaquim Roriz de pagar propina para escapar de processos
Redação Jornal Coletivo
Foto: Sheyla LealDurante visita, ontem, à Feira do Produtor de Ceilândia, Joaquim Roriz
desconversou sobre as denúncias e preferiu ignorar o tema
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Em conversa com a revista Época, na última terça-feira, depois de reaparecer publicamente na capital federal, o ex-governador José Roberto Arruda disse ter prestado depoimento a procuradores da República em que revelou um esquema de propina entre Joaquim Roriz (PSC) e o Ministério Público do Distrito Federal. A revista afirma ter obtido acesso ao depoimento de Arruda, prestado no último dia 2 de julho. Segundo a publicação, Arruda teria contado aos investigadores que o ex-governador Roriz pagava propina para não ser denunciado à Justiça. “Em 2007, Roriz foi flagrado em conversas telefônicas em que acertava o recebimento de dinheiro suspeito. As conversas foram grampeadas com autorização judicial em meio à Operação Aquarela, em que a Polícia Civil de Brasília investigou denúncias de fraudes em operações do Banco de Brasília (BRB)”, conta a revista.
A publicação relata que em seguida à divulgação do grampo, Roriz renunciou ao mandato de senador. No entanto, apesar de todas as evidências, o Ministério Público do DF só ajuizou uma ação por improbidade administrativa contra Roriz em abril deste ano, três anos depois da renúncia. A demora seria explicada no depoimento de Arruda, que teria contado que, em julho do ano passado, a promotora de Justiça Deborah Guerner lhe relatou ter recebido de Roriz três parcelas no valor de R$ 800 mil, cada uma como pagamento para o MP não ajuizar ação contra o ex-governador. Roriz nega: “Isso não é verdade. Não paguei propina e sequer fui formalmente investigado.”
Ex-governador alega perseguição por sua liderança
Segundo a assessoria do candidato a governador Joaquim Roriz (PSC), o mesmo demonstrou tranquilidade e naturalidade após tomar conhecimento do depoimento prestado pelo ex-governador José Roberto Arruda ao Ministério Público Federal (MPF). “Isso (as acusações) é natural, estou esperando tudo da parte deles”, comentou Roriz. Na opinião do candidato, a divulgação do depoimento, em pleno período eleitoral, faz parte da estratégia da oposição de baixar o nível da campanha para tentar tirar votos de quem lidera todas as pesquisas.
“Todo mundo está querendo me derrubar. Eles têm que tirar votos de quem tem. Por que não falam dos outros candidatos que têm poucos pontos percentuais nas pesquisas? Tem que falar de mim mesmo, a minha derrota é vitória deles. Mas pode perguntar ao povo se eles concordam com isso", reagiu Roriz.
Candidato adversário de Roriz, o petista Agnelo Queiroz comentou ter lido a matéria da revista Época e ter achado muito grave a denúncia de suborno. “Essas informações batem por ele não ter sido processado com tantas evidências. É a explicação de tanta corrupção. É lamentável e grave, mas só mostra a prática em que o DF estava inserido. Ele não está conseguindo mais ter controle de todas as acusações”, disse Agnelo. O petista reforçou que, se eleito, a questão central de seu governo será enfrentar a corrupção de frente e fazer uma política pública transparente.
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