Google+ Canal Brasília: Asfalto permeável ajuda a prevenir inundações

22 de fevereiro de 2012

Asfalto permeável ajuda a prevenir inundações

Pesquisadores da USP desenvolveram asfalto capaz de drenar e reter a água da chuva



Foto da internet

O acelerado desenvolvimento dos grandes centros urbanos trouxe avanços significativos para a humanidade e obrigou o homem a diminuir as distâncias entre a produção e o consumo de bens. Uma das maneiras encontradas para encurtar este trajeto foi promover o asfaltamento de inúmeras estradas, o que garantiu maior aproveitamento de tempo em viagens de longas distâncias.

No entanto, o asfaltamento tradicional de nossas vias acarretou um significativo problema ambiental: a impermeabilização do solo, e, consequentemente, o acúmulo de água na superfície, colaborando decididamente para as enchentes.

Pensando em resolver este problema, um grupo de pesquisadores da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) desenvolveu pavimentos porosos capazes de absorver a água da chuva. Com o asfalto permeável, a água fica retida por apenas duas horas, reduzindo as possibilidades de inundações.

Para o professor e coordenador da pesquisa, José Rodolfo Sacarati Martins, a nova técnica é de fácil execução e pode ser utilizada em todo o Brasil. A diferença está em colocar uma manta de borracha para que a água não infiltre no terreno natural, implementar uma camada de pedras e só depois colocar o asfalto.

“Pensamos em aproveitar a estrutura que toda rua pavimentada possui que é uma base de pedras e nesta estrutura armazenar a água temporariamente. Desde os anos 90 esta técnica já é usada em outros países. O objetivo da pesquisa foi experimentar numa situação real esta superfície permeável, em que a água pode ser retida na base do pavimento como um elemento para atenuar o efeito da impermeabilização, responsável direta pelas inundações nas cidades”, explicou.

José Rodolfo relata que dois tipos de revestimento foram utilizados no projeto. Um é o asfalto poroso, muito parecido com o convencional, e o outro é de concreto. Ambos possuem características que colaboram para que a água passe com muita facilidade e seja armazenada debaixo das estruturas.

Segundo o professor, neste novo processo há ainda um dreno entre o solo e a camada de pedras capaz de amortecer os efeitos da chuva, similar ao utilizado em campos de futebol, que rapidamente secam a superfície. “Numa chuva de 100mm por hora, por exemplo, estes efeitos são reduzidos pela metade.”

A utilização do novo asfalto em grande escala reduziria os custos da produção. Hoje, o preço do novo asfalto é 20% mais caro que o tradicional. “Quanto mais divulgarmos, mais as pessoas vão querer executar seus empreendimentos com a nova técnica. Eu imagino que num primeiro momento utilizaremos em pequenas obras e naturalmente a produção vá estender-se para grandes construções.”

Fonte: Revista GTÁguas PGR

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