Google+ Canal Brasília: Crônica: Visões da nova Era

4 de maio de 2012

Crônica: Visões da nova Era

Por Douglas de Almeida

Foto da internet
Os sonhos são realidades irreais e previsões do que está oculto e virá à tona quando de fato acontecer. A verdade é única e não se ensoberbece, ela apenas traz o que ninguém quer e que tanto incomoda. Eu, que durante a vida, tive sonhos tão reais que os senti na pele e os vivi na carne. Vi e vivi tantas coisas que nada pode ser uma surpresa ou desfazer a diferença que um dia já fizeram tais coisas.

Em algum tempo turvo eu sonhava com línguas que não podiam ser faladas. Palavras inéditas, hábitos, sensações estranhas e indescritíveis eram impostas pelo conhecimento presente no olhar frio, sábio e sedutor da sabedoria. Eu falava em uma linguagem absurdamente clara que não tinha sons nem sinais. Era um paradoxo elevado a um nível tão supremo que emitia luz própria e não era vista nem ouvida, era penetrantemente absorvida. Assim era naquele dia, nada houve se não aquilo que deveria ter exatamente sucedido.
Foto da internet


Depois daquele tempo houve outro tempo então e dessa vez vi coisas que não queria ter visto e vivi aquilo que ninguém jamais gostaria de viver. Eu acordei em meio a uma noite escura e fria, vi crianças dormindo embaixo de pontes e nas ruas, era triste e tenebroso. Eu vi outras crianças em outros lugares jogadas como coisas endurecidas e abandonadas secando até a morte. Desta vez eram crianças que não bebiam leite e nem comiam pão. Eram crianças da guerra, crianças de sangue e de dores. A vida lhes deu a morte de presente e ali estavam elas morrendo de viver. A noite não tinha fim ou fundamento e então fechei os olhos e adormeci lentamente, cansado e esperançoso sonhei com outras crianças com cabeças raspadas, infectadas e espetadas repletas de choro e de sofrimento por causa das doenças que carregavam. Eu ouvi crianças dando seus últimos suspiros de vida e sucumbiam no colo da morte com honra injustamente. Acordei bem cedo, abri as janelas de casa e olhei para o mundo lá fora. Não havia nada de mais, apenas o governo promovendo o nada e o nada promovendo o vazio nas almas das pessoas. De tarde eu vi pessoas velhas morrendo sozinhas nos leitos dos hospitais e nos asilos. Pessoas velhas que tanto já fizeram... Pessoas que fazem, mas fazem o quê? Eu não sei e nunca soube. Eu vi aquilo que não queria ter visto e não quis ver o que deveria ter sido visto.

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