Google+ Canal Brasília: CIA Teatral Icambalacho estreia em Brasília

18 de maio de 2011

CIA Teatral Icambalacho estreia em Brasília

Por Leandro Lisbôa

Em entrevista ao Panorama DF, o grupo dirigido por Ronaldo Camelo, fala a respeito da formação, das dificuldades, dos patrocínios e da estreia da peça Caras do Brasil

Composta por 12 integrantes a Cia Teatral Icambalacho é um grupo jovem, criado em agosto de 2010 por alunos da Faculdade Dulcina de Moraes, com o projeto de aprimorar os conhecimentos adquiridos no curso de artes cênicas e expandir as habilidades. A ideia prosperou e em menos de seis meses de formação o grupo conseguiu espaço para os ensaios, apoio de um instituto de cultura, além de lançar um espetáculo.

A Cia Teatral idealizada por Ronaldo Camelo, Lúh Rodrigues e Elmo Ferrér teve início a partir dos sonhos destes três jovens, que, desejavam ver seus trabalhos e produções em execução fora do âmbito da faculdade.

Depois de alguns encontros e do grupo formado Rodrigo Mariani, Ronaldo Camelo, Bárbara Leandro, Gustavo Jorge, Camila Ellen, Letícia Lins, Elmo Ferrér, Eldo Raposo, Lúh Rodrigues, Arthur Matos, Ingrid Lopes e Karine Junqueira, ainda sem nome, resolveu escolher um emergencial para participar dos editais, festivais e apresentações públicas.

O nome emergencial era “Icamelo”, e fazia menção ao instituto parceiro do grupo, ICAM (Instituto de Cultura Arte e Música de Brasília), e de um dos idealizadores, Ronaldo Camelo. Contudo, a Cia decidiu mudar o nome, pois, achava que o escolhido não era legal para o propósito inicial e ainda designava uma pessoa como dona do grupo e não era esta a intenção.

Depois de diversas sugestões foi decidido o nome “Icambalacho”, mais uma vez citando o instituto parceiro, só que desta vez com a palavra “cambalacho”, que em muitos locais tem significado negativo, o grupo adotou como caricatura, uma brincadeira, um jogo divertido.

Perguntados sobre as atividades desempenhadas por cada um, os integrantes responderam que todos são multitarefa e que na verdade, este é o foco de uma Cia teatral, não só esta como em muitas outras, que, por não possuir capital necessário para contratar um produtor, figurinista, cenógrafo, acabam se dividindo nas funções dentro da companhia.

“Todo mundo aqui tem autonomia para trabalhar em outros setores da Cia., isto ajuda na união, além disso, estamos falando da realidade teatral de Brasília. Muitos grupos surgem e não têm como pensar em pagar profissionais para nos ajudar com este tipo de coisa, então nos dividimos nas outras funções, produzimos nossos cenários e figurinos. Ninguém tem apenas uma função, até nosso roteirista nos ajuda em outras coisas.” Afirmou Ronaldo Camelo, diretor da equipe.

Projetos 
A Cia esta engajada no projeto âncora, que tem o nome de “Caras do Brasil”, peça que falará do Brasil de forma cômica. “O projeto consiste em uma peça teatral que vai retratar exatamente as identidades brasileiras. Todas as identidades do país serão tratadas de forma cômica, traremos a crítica social em forma de comédia.” Pontuou Rodrigo Mariani, ator da Cia.

A Cia não adotou um gênero específico e diz que aceita todo e qualquer tipo de desafio em cena, seja ele stand-up, comédia, drama, musical ou improviso. Mas o diretor do grupo, Ronaldo Camelo, todos os integrantes tem faro mais aguçado quando assunto é comédia, tanto para escrever como para atuar. Tanto é, que a agenda da equipe para os próximos meses está lotada e envolve a reestréia da peça “Caras do Brasil”, apresentação de um espetáculo em homenagem ao dia do autista e em breve a estreia do primeiro musical.

Dificuldades 
No momento, o único patrocínio que o grupo tem é a parceria com o ICAM. Eles apresentam nas audições do instituto, onde após cada apresentação dos alunos, a Cia entra com uma cena. Também fazem apresentações nas instituições parceiras do instituto e em troca recebem o local para ensaiar e o apoio nome da empresa para participar de projetos e trabalhos.

A escassez de patrocínio o que acaba dificultando os projetos e trabalho do grupo, como afirma, Rodrigo Mariani. “Dependemos de patrocínio para continuar, pois alguns integrantes não trabalham e muitas vezes não tem nem como vir aos ensaios. Além disto, temos dificuldade para montar o figurino, comprar material, alimento e por aí vai. A ausência do patrocínio atrapalha os nossos projetos”, afirmou.

O grupo também diz que a ausência do patrocínio dá incerteza nas apresentações, pois muitas vezes eles passam meses ensaiando e no fim das contas acabam por não ter onde apresentar.

“O único local onde temos acesso facilitado é na faculdade mesmo, no Dulcina de Moraes, pois, eles abrem o espaço para as apresentações dos alunos, mas em outros locais o acesso é bem difícil”, disse Letícia Lins, atriz.

Perguntados sobre a centralização das casas culturais no Distrito Federal, o grupo respondeu que acha um absurdo e muito triste que tudo seja direcionado para Brasília e que as cidades satélites fiquem de fora das manifestações culturais. E cobram ação das autoridades competentes, para levar os centros de cultura para as Regiões Administrativas.

“É um erro absurdo centralizar tudo isto aqui, pois, muitas vezes, a menina da região administrativa não tem condições de vir assistir um grupo, ou por conta da entrada cara, as vezes a pessoa não tem o dinheiro de passagem e nem o da entrada.

Seria bom se os responsáveis pela cultura no Distrito Federal incentivassem a apresentação nas RA’s, criando centros de cultura, e casas de apresentação e acabar com o mito de que só tem coisa boa em Brasília. Grande parte das pessoas que vão ao teatro faz parte da elite de Brasília, acredito que se o governo agir dá para melhorar e fazer com que a cultura chegue a todos e em todas as classes.” Reforçou, Ronaldo Camelo.

O grupo tem a intenção de descentralizar o teatro, no esforço de levar as apresentações teatrais para as Regiões Administrativas. “Temos o interesse de levar nossas peças para estes locais que não possuem tanta oferta teatral e incentivar o público a ir ao teatro.” Afirmou Rodrigo Mariani.

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